Durante anos, o cigarro foi considerado o principal vilão quando se falava em câncer de pulmão. Mas uma nova descoberta feita por cientistas da Universidade da Flórida trouxe à tona um fator inesperado: o excesso de açúcar no organismo pode estar diretamente ligado ao crescimento desse tipo de tumor.
O estudo, publicado na revista científica Nature Metabolism em março de 2025, analisou células de adenocarcinoma pulmonar — o tipo mais comum de câncer de pulmão — e encontrou nelas grandes quantidades de glicogênio, que é a forma como o corpo armazena glicose. Em células normais, esse processo é natural. Mas em células tumorais, esse glicogênio pode funcionar como combustível para o avanço do câncer.
Para entender melhor essa relação, os pesquisadores realizaram testes com camundongos. Eles foram alimentados com uma dieta rica em gordura e açúcar, semelhante à dieta ocidental moderna. Os resultados foram alarmantes: os tumores pulmonares desses animais cresceram de forma mais rápida. Quando os cientistas bloquearam a capacidade dessas células de estocar glicogênio, o crescimento dos tumores foi significativamente reduzido.
Segundo o pesquisador Dr. Ramon Sun, que liderou o estudo, o acúmulo de glicogênio nas células tumorais é um forte indicativo de piora do quadro clínico e aumento da mortalidade. Para ele, a conscientização sobre os riscos de uma dieta rica em açúcar deve ser tão importante quanto as campanhas contra o tabagismo.
Apesar de ainda serem necessários estudos clínicos em humanos para confirmar essa ligação, os resultados já reforçam um alerta: o que colocamos no prato todos os dias pode influenciar diretamente o desenvolvimento de doenças graves, inclusive o câncer de pulmão.
Portanto, reduzir o consumo de açúcares simples, como refrigerantes, doces e alimentos ultraprocessados, e priorizar uma alimentação rica em frutas, vegetais e grãos integrais pode ser uma forma eficiente de proteger a saúde pulmonar — além de prevenir diversas outras doenças.
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